terça-feira, 31 de março de 2009

Misteriosa Pedra da Gávea

Um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, A Pedra da Gávea está a 842 metros acima do nível do mar, atraindo montanhistas, escaladores, aventureiros e amantes da natureza em geral.
O santuário ecológico é, também palco de mistérios e lendas, que dividem estudiosos. O motivo da polêmica são as marcas cravadas no lado esquerdo da rocha: teriam elas sido provocadas pelo desgaste da natureza ou pela vontade deliberada de um povo antigo de homenagear seu imperador? Segundo esses, as marcas são, na verdade, inscrições gravadas por fenícios, povo que ocupou, durante a Antiguidade, a região que hoje corresponde ao Líbano.
As especulações em torno das misteriosas marcas na Pedra da Gávea começaram a ganhar força no século 19. Intrigado com relatos recebidos por um instituto de pesquisa, D. Pedro I promoveu expedições de historiadores e religiosos ao morro, em busca das inscrições. A equipe, no entanto, fez vários estudos, comparou os sinais cravados na rocha às escritas grega e hebraica arcaicas, mas não conseguiu comprovar nada.
O historiador e arqueólogo amazonense Bernardo Silva Ramos desenterrou o caso na década de 30 e foi conferir as marcas. De acordo com ele, elas formavam a seguinte frase: LAABHTEJ BAR RIZDAB NAISINEOF RUZT. Lida de trás para frente: TZUR FOENISIAN BADZIR RAB JETHBAAL. E, finalmente, traduzida do fenício, seria “Tyro Phoenicia, Badezir primogênito de Jethbaal”. Badezir foi o filho do imperador fenício Jethbaal e, em 856 a.C., assumiu o trono real na cidade de Tyro.
Além disso, é possível reparar na forma de rosto humano que a pedra tem (veja a foto). A teoria que passou a ganhar força é: teria esse formato sido esculpido pelos fenícios como um monumento para guardar o túmulo de seu imperador?
Para a arqueóloga Rhoneds Perez, da UFRJ, o mistério fenício não passa de mito. “É uma lenda que traz um gosto de aventura. Aquelas marcas consideradas inscrições são, na verdade, resultado da erosão da natureza”, garante. Alguns místicos e pesquisadores, no entanto, juram que o formato e as marcas seriam produtos do trabalho de uma civilização antiga, que teria chegado ao Brasil muito antes dos portugueses.
O montanhista Átila Barros, que escalou oito vezes a Pedra da Gávea, escreveu um livro sobre a ligação fenícia (Badezir, um Ilustre Visitante). “Pesquisei durante dois anos documentos sobre essa história, entrevistei pesquisadores e montanhistas e acho que a pedra realmente tem uma conexão com a civilização fenícia. Não acho que ela guarde um túmulo, mas sim que tenha sido o palco de um ritual de cremação do imperador Badezir. Estudei os funerais fenícios e percebi que eles não enterravam seus mortos, mas os cremavam”, defende.
Para quem prefere acreditar nessa hipótese, uma dica é observar a série de pedras encaixadas no lado oposto ao das supostas inscrições, que tem um formato de portal ou altar. Verdade ou mentira, a Pedra da Gávea é até hoje um local místico, onde muitos esportistas dizem já ter visto discos voadores ou tido experiências sobrenaturais.

Nenhum comentário: