segunda-feira, 27 de abril de 2009

Turismo Seguro

Com o intuito de alavancar o turismo de aventura no Brasil, de uma vez, o Ministério do Turismo criou o Programa de Qualificação e Certificação do Turismo de Aventura ou simplesmente Aventura Segura. Mas será que é esse o caminho?
Embora o turismo de aventura como negócio seja uma atividade relativamente nova no Brasil, os operadores começam a perceber que o setor deve ser encarado com profissionalismo. Assim, embora ainda reste muito de improviso e informalidade neste ramo - muitas vezes o operador é um esportista ou um morador local que começa a organizar grupos. A rigor, o turismo de aventura é um serviço turístico como outro qualquer. Há ainda uma importante singularidade: nele, o fator risco é inerente. Ou seja, a seriedade e o respeito a normas técnicas na prestação desse serviço, mais que em outras áreas do turismo, pode ser questão de vida ou morte.
O potencial do Brasil é notoriamente invejável. Mas a concorrência é grande e a exigência, cada vez mais alta. Ou seja, moramos em um país abençoado por Deus, mas não estamos em berço esplêndido. Para que o segmento deslanche, a consolidação de padrões de qualidade e de segurança é nada menos que fundamental. Ou corremos o risco de perder, mais uma vez, o bonde da história. O Ministério do Turismo parece ter acordado para esse fato ao criar, em 2006, o Programa de Qualificação e Certificação do Turismo de Aventura ou simplesmente Aventura Segura, em parceria com o Sebrae Nacional, e executado por meio de um convênio com a Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (ABETA).
O programa, previsto para durar 36 meses, compõe-se de uma série de ações visando fortalecimento institucional de empresas, capacitação de pessoal, disseminação de conhecimento, estímulo ao associativismo, certificação da atividade e criação de grupos voluntários de busca e salvamento. Desde o início, mais de três mil pessoas já foram atendidas em cursos, seminários e outros eventos - todos gratuitos - e 250 empresas estão envolvidas nas atividades, que tem como foco 16 dos principais destinos turísticos brasileiros [veja no destaque quais são esses destinos]. A idéia é que, após a conclusão do prazo de 36 meses, outros destinos possam ser atendidos aproveitando a metodologia criada no âmbito do programa.

Moramos num país abençoado por Deus, mas não estamos em berço esplêndido. Para que o segmento deslanche, a consolidação de padrões de QUALIDADE E DE SEGURANÇA é nada menos que FUNDAMENTAL.

Uma das ações mais importantes do Aventura Segura é a assistência a empresas que decidam se adequar ao Sistema de Gestão de Segurança, uma série de regras técnicas elaboradas no Âmbito da Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT). "Ao final, uma auditoria especializada e independente avaliará as empresas que participaram do programa, com relação à conformidade às normas, a fim de cer tificá-las como responsáveis e seguras", explica Marianne Costa, coordenadora de comunicação e mobilização do Aventura Segura. É importante explicar que a adequação às regras da ABNT, assim como a certificação, não tem caráter obrigatório, porém traz vantagens substanciais ao operador.
Além da capacitação em si, que ajudará a minimizar o risco, caso ocorram acidentes, a empresa que aderiu ao programa estará de alguma forma protegida, pois poderá comprovar que segue as normas técnicas estabelecidas por uma instituição oficial (a ABNT). Ao invés de se criarem regras obrigatórias, que poderiam não ser cumpridas e cuja fiscalização dificilmente seria eficiente, optou-se pela criação de normas técnicas. A idéia é que o consumidor possa diferenciar as operadoras sérias, de acordo com a utilização ou não dessas normas.
Com esse propósito, em 2008, um grande projeto de conscientização está sendo realizado: a Campanha do Consumo Consciente de Turismo de Aventura, com a idéia de prestar informações, ao público consumidor, a agentes de viagem e à imprensa sobre como fazer turismo de aventura de forma segura e como se certificar de que a operadora cumpre os requisitos essenciais de segurança. A campanha prevê a distribuição de cartilhas e outros materiais de comunicação. "Não adianta nada as empresas se enquadrarem aos critérios de qualidade, se a informação não chegar até o consumidor final", acredita o gestor técnico do Aventura Segura, Gustavo Timo.

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