terça-feira, 14 de abril de 2009

Mulheres

É muito comum ouvir uma brincadeira entre os competidores de corridas de aventura, que diz que as mulheres fazem parte da lista de equipamentos obrigatórios que devem ser levados durante todo o trajeto... tudo isso pela obrigatoriedade de ter pelo menos uma mulher na equipe.

A presença feminina ajuda ou atrapalha a equipe?
Algumas equipes terminaram provas difíceis, outras conseguiram melhores colocação, equilibrando o time, com 2 mulheres na equipe. Veja o caso do ranking final do mundial de 2008, onde Oskalunga conseguiram um excelente quarto lugar com a bárbara bonfim e a camila nicolau, sem contar a equipe de paul romero, também formada por 2 casais. Nora Audrá correu com o marido Ian Edmond numa das mais fortes equipes do mundo, a Sole, e é considerada uma das melhores atletas de aventura do Brasil, independente do gênero. Isso sem mencionar que alegram muito mais o esporte.
Equilíbrio, esta é a palavra chave para entender a contribuição de uma mulher para a equipe. Elas mantêm a calma facilmente e controlam os ânimos da equipe. São bastante serenas nos momentos decisivos, o que é extremamente vital em uma competição extenuante onde a estratégia e a orientação são fatores primordiais. Depois de dias e noites ininterruptos de competição, com poucas horas de sono e cansaço intenso, a calma, o equilíbrio e a serenidade são as armas das mulheres para enfrentar os obstáculos do percurso, são bastante observadoras e conciliadoras. Entrosamento entre os companheiros de equipe é fundamental para o bom desempenho da mesma. Cada integrante tem a responsabilidade de zelar pela segurança e bem estar do outro e, assim, da própria equipe. Aqui as meninas também fazem a diferença, pois todos ficam mais atentos às reações dos companheiros e com mais disposição e paciência para ajudar quando há uma mulher na equipe.
Mas a contribuição das meninas não é somente equilíbrio, serenidade e conciliação. Elas também têm força, ritmo e resistência. Diferente dos meninos, é claro, mas isso não significa queda de rendimento: não raro a mulherada agüenta muito mais! Isto porque os homens normalmente procuram impor um ritmo bastante forte desde o começo da prova, diminuindo o rendimento ao final e as meninas mantém o mesmo ritmo durante todo o percurso. Esta regularidade garante uma economia de energia fundamental para o final da prova.
Assim, uma equipe mista não é necessariamente mais fraca que uma equipe masculina, até porque existem algumas competidoras que são verdadeiros “tratores” e carregam mochilas super pesadas e os próprios companheiros de equipe....
Já foi comprovado cientificamente que quanto maior a distância percorrida, mais a mulher vai se aproximando do homem na performance, veja só; se em provas de 5 km os tempos femininos são em média 12% mais lentos que os masculinos, nas provas de maratona a 100 km, a diferença cai para 4%. E lembro também de um estudo que concluiu que mulheres que têm performance igual a dos homens nos 42 km costumam se sair melhor em provas acima dessa distância. Veja o exemplo de Pam Reed, uma ultramaratonista americana de 44 anos que já correu mais de 500 km e, em uma das provas de que participou com icones como Dean Karnazes, ela chegou a vencê-lo. Ou então as brasileiras da equipe de corrida de aventura Atenah, formada exclusivamente por mulheres. As meninas estão constantemente entre as cinco melhores colocadas nas mais importantes provas disputadas no país, competindo com equipes 75% masculinas.
Portanto, ao arrumar sua mochila para a próxima prova, não esqueça de colocar uma mulher: o único equipamento que garante calma, equilíbrio, economia de energia e a saúde dos membros da equipe.

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