segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Proteja seus olhos

Quando estive da última vez no Mali em 2006, fiquei assustado com a quantidade de pessoas que possuem catarata nos olhos. Lá, no meio do deserto, por incrível que pareça, ninguém protege os olhos. Mas e aqui? Será diferente? Nada. Infelizmente a maior parte das pessoas não tem o hábito de proteger os olhos, e nem de escolher os óculos como escolhe um equipamento.

Esta semana que passou foi de muito vento e tempo nublado aqui na serra. Apesar da previsão de que o verão de 2008 será marcado por dias mais chuvosos em algumas regiões do país, inclusive com tempo nublado e frentes frias, devido ao fenômeno La Niña, a proteção dos olhos contra os efeitos nocivos dos raios solares UVA e UVB é fundamental. Nesta época do ano, 95% dos raios UV passam pela córnea, agredindo a retina e o cristalino. Para nós, montanhistas, esse cuidado deve ser redobrado, pois ainda temos o fator vento, que além de ressecar a retina, carrega sujeira e cristais de rocha que podem causar uma lesão mais séria. Segundo evidências clínicas, isto pode causar degeneração macular e catarata.


Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 1% de diminuição na camada de ozônio pode causar um aumento de 0,7% de catarata e 4% de câncer de pele. A exposição excessiva e sem proteção UV pode causar ceratite actínica, que é uma inflamação da córnea extremamente incômoda. Ela acontece normalmente de 6 a 12 horas após a exposição solar, causando uma forte sensação de areia, dor e fotofobia (sensibilidade acentuada a luz). E na sua forma mais branda, pode ser um ardor que quem já esteve exposto ao vento e à luminosidade intensa na montanha certamente já sentiu durante a noite. Pessoas mais sensíveis podem até ter uma leve dor de cabeça em conseqüência de fotofobia.
E... óculos escuros é tudo igual? Não! Existem dois tipos de óculos: escuros e de proteção UV. No primeiro, as lentes escurecidas filtram uma parte da luz ambiente, diminuindo os sintomas de fotofobia quando eles existem. Mas uma lente escurecida não vai necessariamente filtrar os raios UV.


Os óculos para proporcionar proteção contra os raios UV precisam ter lentes fabricadas em material que filtre totalmente os raios UV, como por exemplo, as lentes em policarbonato Airwear e Stylis 1,67, que filtram 100% deles. As fotossensíveis, com origem certificada, também oferecem 100% de proteção, bloqueando os raios ultra-violetas. Então se informe sobre este detalhe ao comprar o óculos.

Fonte: Eliseu Frechou

domingo, 6 de setembro de 2009

Já que o assunto é queda...

A queda na escalada é um fato. Todos caem, algumas feias outras inofensivas. Conhecida como VACA, quando alguem tem uma queda ao estar guiando uma via. Parece coisa a toa para quem vê de baixo, mas para quem está caindo não é nada divertido. Portanto saber se portar com ma queda iminente, é muito importante. Este artigo foi publicado na Climbing Magazine.

Conceitos Básicos de quedas.

Cair faz parte do processo de escalada. Uma agarra quebra, escorrega-se, fica-se bombado, e ai acontece. É importante encontrar a maneira apropriada de cair para sabermos como proceder de maneira segura.

Aceitar
Quendo vacamos, intencionalmente u nao, corremos risco de machucar ou ate morrer. Para aceitar esta situação precisamos estar totalmente consientes de que qualquer coisa pode acontecer. Precisamos ser realistas com todas as possibilidades que possam acontecer para bloquear todas. E aceitando as possibilidades – morte, ferimento ou nao ferimento – nos nos tornamos totalmente consientes naquilo que estamos envolvidos. Esta concientização é critica para a efetiva e apropriada tomada de decisão. Uma vez concientes de todas as possibilidades que possam vir, podemos efetivamente tomar as decisoes apropriadas que limita as consequencias que nos assumimos.
Quando estiver praticando quedas, tenha grande distancia de corda da sua seg, e tenha certeza que o local da sua queda seja o ideal.

Assumir
Praticando a queda nos melhoramos a habilidade de responder a uma queda, mesmo que porventura nos lidemos com a possibilidade de nos machucarmos, queremos minimizar a chance do que virá. Sua zona de prática de quedas deve ser livre de quais quer protuberâncias e deve ser bem protegida. No começo da prática, escolha uma local de queda bem lisa e que reduza bastante a possibilidade de se machucar. Então, como sua penosa experiência, voce pode praticar vacas mais fortes em diversas situações, como em uma parede vertical ou ate mesmo pendulando. Tenha plenamente uma corda de confiança e ao menos 3 metros de corda entre voce é a sua seg – para absorver a força da queda. A corda ira se esticar durante a sua sessão de prática após agumas vacas. Pare um pouco, volte a mesma em seu estado natural. Se voce é novo em quedas, assuma o risco gradualmente. Começe em
top rope. Acostume-se ao sentimento de estar seguro pela corda, e se possível correr ou pedalar para frente e para trás sobre a rocha. Entao diga a sua seg para dar uma ou duas braçadas de corda enquanto voce escala alguns movimentos e caia. Em seguida pratique o mesmo com voce guiando. Comece simplesmente ir ao lado da chapeleta. Entao, escale um ou dois movimentos acima da chapeleta e caia. Vá aumentando a distância aos poucos. A maneira propria inclui menter os seus braços e pernas levemente recolhidos na frente de seu peito para que se prepare para um possivel impacto. Nao segure a corda. Se afaste gentilmente com um pulinho para traz o que fará com que voce se choque com a rocha ao se tensionar a corda. Preste atenção à sua respiração e o quanto relaxado voce ficar. Se ficar segurando o seu folego com sentimento de tensão, entao voce precisa de mais pratica antes de progredir a uma distância maior na corda ao vacar. Quando tiver quedas que resultem em pêndulo, preste atenção na corda em relação ao seu pé. Se voce estiver diretamente acima da chapeleta, então a corda precisa estar entre os seus pes, Se estiver à direita ou a esquerda da chapeleta, então a corda precisa estar fora de seus pés. Curta sua vaca.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A queda...

Nem todas as quedas de 12 metros são criadas iguais. A severidade de qualquer queda depende de quanta corda está disponível para absorver a energia. O "fator de queda" é a distância da queda dividida pelo comprimento de corda entre o escalador e o assegurador. Apesar de ser um conceito simples, ele acaba gerando confusão para muitos escaladores.

Estando 30 metros acima do assegurador e 6 metros acima da última proteção quando se desgarra da parede (e assim caindo 12 metros), você irá sofrer uma queda fator 0,4 - adrenante, mas não tão grave. Entretanto, se você cair de apenas 9 metros acima do assegurador, estando 6 metros acima da última proteção, isso se torna uma queda de fator 1,3 que irá colocar uma carga enorme em todo o sistema.

O teste de queda da UIAA/CEN simula uma queda extrema em escalada - uma queda dura em um pequeno pedaço de corda com uma ancoragem estática. Em uma situação de escalada real, alguns fatores que ajudam a mitigar a força incluem fricção no sistema, deslizamento no freio de asseguramento e o deslocamento do assegurador para cima.

A fricção no sistema trabalha em favor do assegurador e, em um certo grau, da proteção também. A força na costura mais alta é igual às duas forças para baixo combinadas. Então, em uma queda razoavelmente dura, se o escalador sente 5 kN, o assegurador deve suportar 3,3 kN, enquanto que a última proteção e a costura têm que agüentar 8,3 kN. Se não houvesse fricção, a última proteção teria que suportar 10 kN.

Mas há um porém. O atrito nos mosquetões e contra a rocha tem o efeito de reduzir o comprimento efetivo de corda que absorve o impacto. O resultado é que o fator de queda real diminui mais lentamente que o fator de queda teórico. Por exemplo, se você escalou 30 metros e cai 6 metros, o fator de queda sem atrito seria 0,2, enquanto que o fator de queda real deverá ser 0,6 ou maior. Dessa forma, se você sentir um arrasto grande da corda, sua proteção mais alta deverá ser submetida durante uma queda a forças maiores do que você poderia supor. Um peso de 80 kg é utilizado para determinar as forças no teste de queda da UIAA/CEN em cordas simples. Ele foi escolhido como o peso do escalador médio. Mas e quanto às demais pessoas?

Mantendo as demais condições, para um fator de queda 0,5 em 20 metros de corda, uma escalador de 60 kg sentirá 3,4 kN, um escalador de 80 kg sentirá 4 kN e um escalador de 100 kg sentirá 4,5 kN. No mesmo comprimento de corda, se um escalador toma uma vôo de fator de queda 1,5, o escalador de 60 kg sentirá 5,4 kN, o de 80 kg sentirá 6,2 kN e o garotão sentirá uma porrada de 7 kN.