terça-feira, 19 de maio de 2009

1ª Etapa do Circuito Pro Adventure

Neste sábado dia 16 de maio, o Clube de Aventura reuniu cerca de 150 atletas na primeira etapa do circuito Pro Adventure 2009. A prova, que teve largada no Shopping Catuaí, contou com trechos de MTB, Trekking, canionismo, técnicas verticais e orientação, numa distância de 45km, o mínimo exigido pelo Ranking Brasileiro de Corridas de Aventura.
Divididos nas categorias duplas, duplas mistas e solo, foi dada a largada as 15:20 da tarde. O pelotão saiu embolado num pequeno trecho de corrida até o primeiro AT, onde estavam as bicicletas, seguindo em direção ao PC1. Aos poucos o grande pelotão foi se abrindo pelo ritmo imposto pelos líderes da prova. O grande segredo era o PC2, onde muitas equipes se perderam, estrategicamente alocado as margens de um pequeno ribeirão. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer algumas atrações da região, como a Cachoeira do Ribeirão Cafezal, e o canionismo até a queda do pica-pau. O rapel na pedreira do Cafezal foi realizado já a noite. As primeiras equipes chegaram ao local depois das 18:30.
Sem muita complicação, as 20:15, com 4h55 min de prova, chegou a primeira equipe; Snake, Forma D' Água, Clube de Aventura da categoria solo, Adilson Koizumi, seguido pela primeira dupla, composta por Rafael e Marcelo, cerca de 1 minuto depois.
Para quem nunca experimentou, convido a tentar, pois é uma experiência muito diferente de outras modalidades esportivas, onde muita gente faz por diversão e contemplação das belas paisagens por onde a corrida passa.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Comunidade modelo vira referência

Achei muito interessante esta iniciativa de uma comunidade e estou repassando a informação.
Os moradores desta comunidade afluente são pioneiros suburbanos. Eles superaram a maioria das mães que levam os filhos para jogar futebol ou executivos que fazem todos os dias o trajeto dos subúrbios até o centro da cidade: essas pessoas abriram mão dos seus carros.
Estacionamentos de rua, driveways e garagens são, em geral, proibidas neste novo distrito experimental na periferia de Freiburg, perto da fronteira com a Suíça.
Nas ruas de Vauban os carros estão totalmente ausentes - com exceção da rua principal, por onde passa o bonde para o centro de Freiburg, e de umas poucas ruas na zona limítrofe da comunidade. A propriedade de automóveis é permitida, mas só há dois locais para estacionamento - grandes garagens localizadas no limite da comunidade, onde os proprietários compram uma vaga, por US$ 40 mil, juntamente com uma casa.
Como resultado, 70% das famílias de Vauban não têm automóveis, e 57% venderam o carro para se mudarem para cá. "Quando eu tinha carro, estava sempre tensa. Desta forma sou muito mais feliz", afirma Heidrun Walter, profissional de mídia e mãe de dois filhos, enquanto caminha pelas ruas cercadas de verde, onde o ruído das bicicletas e a conversa das crianças que passeiam abafam o barulho ocasional de um motor distante. Vauban, que foi concluída em 2006, é um exemplo de uma tendência crescente na Europa, nos Estados Unidos e em outros locais. Trata-se da separação entre a vida suburbana e a utilização de automóveis, como parte integrante de um movimento chamado de "planejamento inteligente".
Os automóveis são um fator de coesão dos subúrbios, onde as famílias de classe média de Chicago a Xangai costumam construir as suas residências. E, isso, segundo os especialistas, consiste em um grande obstáculo para os atuais esforços no sentido de reduzir drasticamente as emissões de gases causadores do efeito estufa que saem pelos canos de descarga, com o objetivo de reduzir o aquecimento global. Os carros de passageiros são responsáveis por 12% das emissões de gases causadores do efeito estufa na Europa - uma proporção que só está aumentando, segundo a Agência Ambiental Europeia -, e por até 50% em algumas áreas dos Estados Unidos. Embora nas duas últimas décadas tenha havido tentativas de tornar as cidades mais densas e mais propícias para as caminhadas, os planejadores urbanos estão levando agora esse conceito para os subúrbios e concentrando-se especificamente em benefícios ambientais como a redução de emissões. Vauban, que tem 5,500 habitantes e uma área aproximada de 2,6 quilômetros quadrados, pode ser a experiência mais avançada em vida suburbana com baixa utilização de automóveis. Mas os seus preceitos básicos estão sendo adotados em todo o mundo em tentativas de tornar os subúrbios mais compactos e mais acessíveis ao transporte público, com menos espaço para estacionamento. Segundo essa nova abordagem, os estabelecimentos comerciais situam-se ao longo de calçadões, ou em uma rua principal, e não em shopping centers à beira de uma auto-estrada distante. "Todo o nosso desenvolvimento desde a Segunda Guerra Mundial esteve concentrado no automóvel, e isso terá que mudar", afirma David Goldberg, funcionário da Transportation for America, uma coalizão de centenas de grupos nos Estados Unidos - incluindo instituições ambientais, prefeituras e a Associação Americana de Aposentados - que estão promovendo novas comunidades que sejam menos dependentes dos carros. Goldberg acrescenta: "A quantidade de tempo que se passa ao volante de um carro é tão importante quanto possuir um automóvel híbrido".Levittown e Scarsdale, subúrbios de Nova York com casas de áreas enormes e garagens privadas, eram os bairros dos sonhos na década de 1950, e ainda atraem muita gente. Mas alguns novos subúrbios podem muito bem lembrar mais Vauban, não só nos países desenvolvidos, mas também no mundo subdesenvolvido, onde as emissões da frota cada vez maior de carros particulares da crescente classe média estão sufocando as cidades. Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental está promovendo as "comunidades com número reduzido de carros", e os legisladores estão começando a agir, apesar de que com cautela. Muitos especialistas acreditam que o transporte público que atende aos subúrbios desempenhará um papel bem maior em uma nova lei federal de transporte aprovada neste ano, afirma Goldberg. Nas legislações anteriores, 80% das apropriações destinavam-se, por lei, a auto-estradas, e apenas 20% a outras formas de transporte.Na Califórnia, a Associação de Planejamento da Área de Hayward está desenvolvendo uma comunidade semelhante a Vauban chamada Quarry Village, nos arredores de Oakland. Os seus moradores podem ter acesso sem carro ao sistema de trânsito rápido da Área da Baía e ao campus da Universidade Estadual da Califórnia em Hayward.
Placas como esta foram instaladas pelas ruas do distrito de Vabuan, nos arredores de Freiburg
Sherman Lewis, professor emérito da universidade e líder da associação, diz que "mal pode esperar para mudar-se" para a comunidade, e espera que Quarry Village possibilite que ele venda um dos dois automóveis da família e, quem sabe, até mesmo os dois. Mas o atual sistema ainda conspira contra o projeto, diz ele, observando que os bancos imobiliários temem uma queda do valor de revenda de casas de meio milhão de dólares que não têm lugar para carros. Além disso, a maior parte das leis de zoneamento urbano dos Estados Unidos ainda exige duas vagas para automóveis por unidade residencial. Quarry Village obteve uma isenção dessa exigência junto às autoridades de Hayward.
Além disso, geralmente não é fácil convencer as pessoas a não terem carros.
"Nos Estados Unidos as pessoas são incrivelmente desconfiadas em relação a qualquer ideia de não possuir carros, ou mesmo de ter menos veículos", diz David Ceaser, co-fundador da CarFree City USA, que afirma que nenhum projeto suburbano do tamanho de Vauban banindo os automóveis teve sucesso nos Estados Unidos. Na Europa, alguns governos estão pensando em escala nacional. Em 2000, o Reino Unido deu início a uma iniciativa ampla no sentido de reformar o planejamento urbano, desencorajando o uso de carros ao exigir que os novos projetos habitacionais fossem acessíveis por transporte público. "Os módulos urbanos relativos a empregos, compras, lazer e serviços não devem ser projetados e localizados sob a premissa de que o automóvel representará a única forma realista de acesso para a grande maioria das pessoas", afirma o PPG 13, o documento revolucionário de planejamento, lançado pelo governo britânico em 2001. Dezenas de shopping centers, restaurantes de fast-food e complexos residenciais tiveram a licença recusada com base na nova regulamentação britânica. Na Alemanha, um país que é a pátria da Mercedes-Benz e da Autobahn, a vida em um local onde a presença do automóvel é reduzida, como Vauban, tem o seu próprio clima diferente. A área é longa e relativamente estreita, de forma que o bonde que segue para Freiburg fica a uma distância relativamente curta a pé a partir de todas as casas. Ao contrário do que ocorre em um subúrbio típico, aqui as lojas, restaurantes, bancos e escolas estão mais espalhadas entre as casas. A maioria dos moradores, como Walter, possui carrinhos que são rebocados pelas bicicletas para fazer compras ou levar as crianças para brincar com os amigos. Para deslocamentos a lojas como a Ikea ou às colinas de esquiação, as famílias compram carros juntas ou usam automóveis arrendados comunitariamente pelo clube de compartilhamento de automóveis de Vauban. Walter já morou - com carro privado - em Freiburg e nos Estados Unidos. "Se você tiver um carro, a tendência é usá-lo", diz ela. "Algumas pessoas mudam-se para cá, mas vão embora logo - elas sentem saudade do carro estacionado em frente à porta".
Vauban, local em que se situava uma base do exército nazista, ficou ocupada pelo exército francês do final da Segunda Guerra Mundial até a reunificação da Alemanha, duas décadas atrás. Como foi projetada para ser uma base militar, a sua planta nunca previu o uso de carros privados: as "ruas" eram passagens estreitas entre as instalações militares. Os prédios originais foram demolidos há muito tempo. As elegantes casas enfileiradas que os substituíram são construções de quatro ou cinco andares, projetados de forma a reduzir a perda de calor e maximizar a eficiência energética. Elas possuem madeiras exóticas e varandas elaboradas; casas isoladas das outras são proibidas. Por temperamento, as pessoas que compram casas em Vauban tendem as ser "porquinhos da índia verdes" - de fato, mais da metade dos moradores vota no Partido Verde alemão. Mesmo assim, muitos afirmam que o que os faz morar aqui é a qualidade de vida. Henk Schulz, um cientista que em uma tarde do mês passado observava os três filhos pequenos caminhando por Vauban, lembra-se com entusiasmo da primeira vez que comprou um carro. Agora, ele diz que está feliz por criar os filhos longe dos automóveis; ele não tem que se preocupar muito com a segurança deles nas ruas.Nos últimos anos, Vauban tonou-se um nicho comunitário bem conhecido, apesar de não ter gerado muitas imitações na Alemanha. Mas não se sabe se este conceito funcionará na Califórnia. Mais de cem candidatos se inscreveram para comprar uma casa na Quarry Village, e Lewis ainda está procurando um investimento de US$ 2 milhões para dar início ao projeto. Mas, caso a ideia não dê certo, a sua proposta alternativa é construir no mesmo local um condomínio no qual o uso do automóvel seja totalmente liberado. Ele se chamaria Village d'Italia.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que a UIAA diz a respeito....

Recomendações UIAA para grampeações
Em alguns lugares, alguns escaladores usaram, erroneamente, o nome da UIAA (União Internacional das Associações de Alpinismo) para tentar justificar certos atos com relação a grampeação de vias, aliás, amplamente discutido, em diversos blogs e sites de montanhistas

A UIAA foi consultada e a opinião oficial da entidade está no texto abaixo
Este documento foi produzido em resposta as associações nacionais de montanhismo por conselhos no uso de proteções fixas. As opiniões sobre este assunto são fortes (ver, por exemplo, o Boletim 3/98 da UIAA - “Montanhas em Aço e Ferro”). Algumas destas organizações estavam preocupadas com o fato de que, sem um consenso entre escaladores e montanhistas, outras instituições tentariam impor regras às nossas atividades. Em algumas regiões alpinas disputas maiores surgiram entre escaladores do tipo “plaisir” (prazer) e “puristas” - escaladores que preferem um estilo tradicional de praticar a escalada e o montanhismo. Esta disputa desencadeou um círculo vicioso de remoções, adições e novas remoções de grampos em certas vias. Em 1998, a pedido da Comissão de Montanhismo da UIAA, os clubes alpinos da Alemanha e da Áustria, que já estavam discutindo este tópico, criaram um grupo de trabalho para rascunhar um documento balizador. Uma ampla gama de pontos de vista foi considerada pelo grupo. Além disso, informações sobre o uso de grampos no maciço do Mont Blanc foram apresentadas em encontros como o da ENSA (Escola Nacional de Esqui e Alpinismo, da França) em 12-13 de novembro de 1998.

O documento foi então apresentado no Encontro e Seminário Internacional de Escalada Invernal de 1999 em Aviemore, Escócia. Este encontro contou com mais de 100 escaladores de 28 países, que por unanimidade endossaram o documento. Ele conclama os escaladores de todo o mundo a considerarem-no detalhadamente, de tal forma que um consenso baseado na boa prática pudesse ser estabelecido e a liberdade para praticarmos nossas atividades protegida.O documento foi finalmente adotado pelo Conselho da UIAA em maio de 2000, durante o encontro de Plas y Brenin, Wales. Preâmbulo. A escalada é um esporte popular, praticado por toda a vida, caracterizado por relacionamentos humanos duradouros, contato direto com a natureza e a intensidade da atividade física. A escalada é um fator estabilizador para muitas pessoas, proporcionando-lhes um senso de objetivo. Do ponto de vista sócio- político, a escalada contribui para a saúde pública ao contrabalançar os efeitos da falta de atividade física. Além disso, psicólogos e educadores reconhecem que escalar ao ar livre reforça traços positivos de caráter como confiabilidade, senso de responsabilidade e a capacidade de trabalhar em equipe.

· Escalar montanhas dá a chance aos indivíduos - especialmente os mais jovens - de desenvolver o seu senso de responsabilidade. Esse aspecto é mais ou menos pronunciado dependendo do estilo de escalada envolvido. O grau de responsabilidade requerido numa escalada depende da quantidade de proteção na via:

  • escalar vias de rocha com pouca proteção exige uma medida especialmente alta de ponderação por parte do escalador, para a sua própria segurança e a de seu parceiro.
  • Observado o respeito pelo meio ambiente natural, o livre acesso às áreas alpinas selvagens é um direito fundamental. Possibilidades suficientes para a prática do esporte da escalada em rocha só podem ser garantidas se este direito à liberdade de movimento for garantido, e sofrer restrições apenas em casos isolados e bem fundamentados, considerados como absolutamente necessários.
  • Assim como a caminhada, a escalada em rocha na Europa é um fator econômico significativo nos baixos e altos maciços montanhosos. Devido à natureza econômica de muitas dessas regiões, escaladores e familiares que com eles viajam são, freqüentemente, uma fonte essencial de renda, tanto para o abastecimento dessas áreas quanto para o decorrente comércio varejista.
  • Neste documento, as medidas de atualização (redevelopment) referem-se à olocação de proteção fixa em vias de escalada em rocha em consonância com os padrões correntes de segurança técnica. A Restauração de Vias de Escalada em Rocha
Na evolução da escalada em maciços montanhosos baixos, bem como nas áreas baixas dos maciços elevados, muitos escaladores desenvolveram uma predileção por vias esportivas bem protegidas, ou vias “divertidas”. Um grande número de escaladores alpinos preferem que hajam bons grampos nas enfiadas e paradas das vias de escalada em rocha mais populares. Por outro lado, um bom número dos escaladores que freqüentam as montanhas estão interessados na manutenção do caráter original das áreas e de suas escaladas em rocha. Eles preferem que não existam grampos, tanto parcial quanto integralmente. A quantidade e a qualidade das proteções fixas de uma escalada em rocha é um instrumento efetivo para influenciar a sua popularidade: vias bem protegidas são repetidas mais freqüentemente do que aquelas mal protegidas. Desta forma, em áreas ecologicamente sensíveis a proteção permanente deve ser reduzida a um mínimo. Por outro lado, em áreas menos sensíveis um maior número de possibilidades para a escalada pode ser criado pelo estabelecimento de vias de rocha bem protegidas. Áreas de escalada desenvolvidas sob estas diretrizes não representam uma ameaça ao meio ambiente.

Uma pluralidade dos vários estilos de escalada é desejável e bem-vinda como uma expressão das legítimas preferências individuais dos escaladores. Para permitir esta pluralidade, nós fazemos as seguintes recomendações (grifo dos autores):

a) As medidas de atualização devem ficar limitadas a uma seleção de vias de escalada bem freqüentadas.
b) Certas áreas alpinas, montanhas ou partes de montanhas podem ser excluídas destas medidas como forma de reterem o seu caráter original.
c) Vias de escalada em rocha que representam marcos na história alpina (por exemplo, a Face Norte do Eiger/ via Heckmair, Laridererverschneidung, Esporão Sul do Marmolata, Pumprisse, Grandes Jorasses/Esporão Walker, Face Norte do Dru, Travessia do Grepon ou do Meije) devem ser deixadas em seu estado original. Este princípio também se aplica para as vias de escalada em rocha de grande significado local (como a via Gelbe Mauer Direta, no Untersberg, e a Fissura Batert, no Gehrensptize).
d) Um princípio básico da atualização das escaladas em rocha é que o caráter da via deve permanecer intacto:
  • A linha da conquista não deve ser alterada. · Vias e enfiadas de corda individuais conquistadas “limpas” (usando apenas nuts, friends, fitas etc.) não devem receber grampos adicionais.
  • Grampos não serão colocados em trechos que podem ser feitos com material móvel por escaladores do grau daquela via.
  • Lances longos não devem ser neutralizados com grampos adicionais (não “mate” um lance longo).
  • A dificuldade de uma via não deve ser alterada através das medidas de atualização. Passagens artificiais deixadas pelos conquistadores devem continuar podendo ser feitas em artificial após a atualização. O número de proteções fixas numa via atualizada deve ser menor do que o número de peças original. Por exemplo, diversos pítons podem substituídos por um único grampo.· Para todas as medidas de atualização, somente material que atinja os padrões europeus e da UIAA devem ser utilizados. A atualização deve ser levada a cabo dentro dos padrões reconhecidos sob os auspícios da organização administrativa (dos escaladores).
  • Uma via não deve ser atualizada contra o desejo de seu conquistador.
e) O método válido para atualizações em uma dada área de escalada é definido - com base nas presentes recomendações - pelos seus escaladores experientes e pelos grupos de escalada locais, se necessário em cooperação com as autoridades responsáveis. Manter o poder de decisão no nível local garante a cada área o seu próprio caráter independente. A atividades das organizações de escaladores devem ser coordenadas por um comitê supra-regional, de forma a garantir os fluxos de informações horizontais e verticais e para assegurar uma qualidade de procedimentos uniformemente elevada. Em caso de conflito, o comitê funcionará como mediador.

A Conquista de Escaladas em Rocha
a) Em regiões alpinas, as conquistas devem ser feitas exclusivamente de baixo para cima (sem pré-fixações feitas com corda de cima).
b) Nas áreas excluídas das medidas de atualização os grampos devem ser reduzidos a um mínimo absoluto, e deve ficar a cargo de cada conquistador(a) estabelecer o padrão da sua própria via.
c) Não se pode acabar com o caráter independente das vias adjacentes.
d) Especialmente nas zonas próximas aos vales, ou em outras partes facilmente acessíveis das montanhas, áreas especiais para escalada esportiva podem ser estabelecidas - desde que isso seja feito de uma forma ecologicamente consistente e sem obstruir outras áreas de escalada existentes. Essas medidas precisam ser aprovadas pela organização de escaladores responsável por aquela área.
Comissão de Montanhismo da UIAA

domingo, 10 de maio de 2009

Vale a pena conhecer


As quinze montanhas espalhadas pelo mundo consideradas as mais bonitas. São elas:

1ª - Trango Nameless Tower – Paquistão
2ª - Cerro Torre - Patagônia, Argentina
3ª - Saint Matterhorn, Zermatt, Suíça
4ª - Las Torres, Parque Nacional Torres del Paine, Patagônia, Argentina
5ª - Bugaboo Spire - Columbia-Kootenay, Canadá
6ª - Monte Roraima – Venezuela, Brasil, Guiana
7ª - Monte Thor - Ilha Baffin, Canadá
8ª - El Capitan - Yosemite National Park, Califórnia, Estados Unidos
9ª - Prekestolen - Forsand, Noruega
10ª - Las Torres de Vajolet - Alpes Italianos
11ª - Agulha do Diabo – Petrópolis, Parnaso, Rio de Janeiro
12ª - Shiprock - Novo México
13ª - Spider Rock – Arizona, Estados Unidos
14ª - Dead Horse Point – Utah, Estados Unidos
15ª - Meteora, Grécia

Aproveite os descansos, para descansar

Quem já escalou uma parede vertical ou negativa sabe o quanto o antebraço cansa, ficando “tijolado”, dizem os escaladores. Isto acontece principalmente quando se está escalando próximo do seu limite, oou mesmos os iniciantes, que colocam uma força além do necessário e cansam-se rapidamente. Chega-se a um ponto em que a mão do escalador não consegue mais fechar com a força necessária para mantê-lo na parede. Por mais que se tente, o braço não responde e aí acaba-se caindo. Retardar o máximo chegar a esse ponto de fadiga é uma busca constante de quem gosta de escalar próximo do limite. Para isso, além de treinar a técnica, para se mover de maneira eficiente, e a força, é preciso também saber descansar no meio da via. Mesmo escaladores de ponta precisam descansar no meio de uma escalada difícil. Descansar deve fazer parte da sua estratégia para escalar melhor.

Um dos princípios básicos para não gastar energia desnecessariamente é manter os braços esticados sempre que se estiver parado, procurando pela próxima agarra, assim, o peso do corpo fica em parte sobre os ossos e não somente nos músculos. Faça o teste numa barra, anote o tempo que você fica pendurado com os dois braços esticados e depois compare com o tempo obtido usando os dois braços dobrados. Muito importante também é não apertar as agarras com força em excesso, mas ao contrário, usar a força mínima necessária. É preciso relaxar e não ficar tenso demais com medo da queda ou preocupado em encadear a via. Outra dica é respirar normalmente, sem prender a respiração. Aproveite os descansos para respirar fundo e oxigenar o organismo. Enquanto estiver escalando procure por lugares onde você possa descansar, mesmo que seja no meio de um negativo. Pode ser uma agarra de pé, onde você consiga soltar as mãos, ou uma agarra de mão, que lhe permita balançar o outro braço para baixo, ao lado do corpo. Trocar e balançar as mãos dá aos músculos sangue novo e uma sobrevida, aumentando as suas chances de fazer as próximas passadas. O tempo usado para relaxar cada mão vai depender do seu condicionamento, do quanto está tijolado no momento e do tamanho da agarra.

Descansar é uma arte, seja entalando o joelho ou com as pernas bem abertas, ou até usando a cabeça, tudo é possível. E você ainda pode inventar a sua maneira particular de descansar enquanto escala. Utilize os pés para escalar; os músculo das pernas são muito mais fortes e suportam mais força. Utilize-os.

Tão importante quanto descansar é escalar com ritmo. Quando estiver numa via difícil, o escalador deve olhar adiante e analisar as próximas passadas. É importante planejar a escalada prevendo paradas regulares para descansar, e fazendo os lances difíceis com decisão, sem perda de tempo. Nos trechos mais fáceis, é melhor diminuir o ritmo, procurando por descansos e deixando a respiração voltar ao normal. Usar de tática também faz parte do jogo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sensação Térmica

O deslocamento do ar afasta o calor gerado pelo corpo para longe da pele, o que torna a sensação de frio mais intensa. Por isso, quanto mais forte o vento, mais rapidamente o calor corporal se dissipa e, maior a sensação de frio, também conhecida como sensação térmica. A tabela a seguir mostra qual a sensação térmica de acordo com as condições do vento e da temperatura registrada pelos termômetros. Daí a importância de se usar um anoraque impermeável quando há muito vento e frio, pois ele impede que o calor gerado pelo corpo escape facilmente.

Observe:

Escale melhor

Escale Melhor e com Mais Segurança é um livro fácil de entender e que vai direto ao assunto. Traz informações atualizadas sobre equipamentos, nós, técnicas de escalada, segurança e muito mais.
Este livro abrange todo o currículo mínimo para cursos básicos de escalada exigido pela Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (Femerj) e pela Associação de Guias Profissionais do Rio de Janeiro (Aguiperj).
Os escaladores intermediários encontrarão um capítulo dedicado às técnicas de guiada e outro sobre auto-resgate. Já aqueles que estão mais avançados poderão ler sobre proteção móvel e artificial. Por fim, todos irão se beneficiar das dicas de nutrição e treinamento.
É o livro perfeito para quem quer se aperfeiçoar e praticar o esporte com mais segurança.

Aclimatação

Se a aclimatação não fosse necessária, as escaladas seriam realmente mais fáceis e nos concentraríamos ao cume
Aos olhos leigos, vendo as idas e vindas aos acampamentos, acabam não entendendo o porquê desta "enrolação" e terminam por não enxergar a objetividade de todo este planejamento.
Aclimatação é a pior parte de uma expedição à altitude e também, a principal. É um processo chato, em que você tem que esperar o seu corpo se adaptar às condições atmosféricas extremas, nas quais não conseguiria suportar em altitudes normais, ou seja, pressão menor, baixo teor de oxigênio e ambiente de altitude. É um processo simples.
Generalizando, os primeiros problemas PODEM começar a acontecer acima de 2900 metros de altitude. É por esta razão (e também para economizar dinheiro), a pressão de cabine de aviões nunca simula altitudes maiores que 2900 metros. Um dos primeiros sintomas que se sente ao chegar em altitudes superiores é a sonolência. Novamente, as companhias aéreas se aproveitam deste fato, já que boa parte dos passageiros vai ter sono e não consumirá tantos recursos durante o vôo. Entretanto, em algumas pessoas, os problemas só começam a aparecer acima de 5000 metros. Não devemos ter estes sortudos em conta na hora de aclimatar. Aparentemente, esta "sorte" é uma predestinação genética e não depende de praticar esportes, beber água ou comer bem.
A aclimatação perfeita começa antes mesmo de subirmos a montanha. Uma boa preparação para se aclimatar bem é praticar esportes que exijam do seu cardiovascular. Além disso, é recomendável beber muita água começando um dia antes de passar da linha dos 3000 metros. Ao detectar a baixa presença de oxigênio na atmosfera, o corpo começa a produzir mais glóbulos vermelhos que faz com que o sangue fique mais espesso, o que pode trazer problemas à tecidos pulmonares e cerebrais. Para evitar esses problemas, devemos fazer com que o sangue se mantenha liquefeito através de hidratação. Beber água, certamente é o que mais ajudará a aclimatação. É sempre bom observar a cor da urina durante a sua subida. Urina mais escura evidencia uma hidratação pobre. Ao passar dos 3000 metros de altitude, é realmente importante que se tenha uma estratégia de aclimatação. As melhores estratégias vão depender dos corpos de cada um e você só vai saber qual é a que melhor se adapta a você através de experiência. Aparentemente, uma lenta mas eficiente estratégia, parece funcionar para todos: "carregar alto de dormir baixo", ou seja, depositar cargas em lugares altos e voltar a dormir num lugar mais baixo. Devemos lembrar que não é só à baixa presença de oxigênio que o corpo deve se acostumar, mas também à baixa pressão externa, o que leva tempo. O fato de subirmos à altitudes superiores do que a que iremos dormir, de certa forma, engana o corpo e estimula uma extra produção de glóbulos vermelhos antecipadamente.
Acima de 3000 metros, na teoria, deveríamos passar pelo menos uma noite nessa altitude, antes de continuarmos aos 4000. Após passar pelo menos 2 noites acima de 4000 metros, aí sim, deveríamos iniciar a estratégia de carregar alto e dormir baixo, pode ser infalível. Tenha em mente que longas e exaustivas caminhadas não vão ajudar em nada na aclimatação, tente pegar leve no começo.
Muitas pessoas, acabam exagerando nos dias enquanto ainda se sentem bem. Isso geralmente se dá abaixo dos 5000 metros. Chegar exausto a um acampamento, não vai ajudar em nada na sua aclimatação. Num caso de exaustão, o seu corpo vai priorizar a recuperação física no lugar da adaptação às altitudes e, assim, degradará rapidamente e o seu processo de acimatação que vai passar por uma "pausa". É de vital importância que você se resguarde e não gaste demasiada energia, mesmo que você a tenha. Como você vai ter tempo de se recuperar depois, o ataque ao cume é a única situação em que a queima quase total da energia corporal é aceitável. É importante lembrar que a subida ao cume é somente metade do caminho.

Zona da Morte - acima de 5500 metros
O nome é assustador, mas se a aclimatação for bem planejada, você pode escapar ileso desta zona. O nome vêm desta faixa de altitude, onde a relação consumo Vs. obtenção de calorias, se desbalanceia e você acaba gastando mais do que o seu corpo consegue absorver. E sim, de fato, se você permanecer ali por alguns meses, poderá até morrer. Se a montanha em questão tiver mais que 7000 metros de altitude, mantenha uma base montada ao redor de 5500 metros, assim você poderá voltar para dormir após os seus trabalhos e não se desgastar tanto. Não ascenda mais que 1000 metros por dia. Não leve isso ao pé da letra, já não é em todas as montanhas que podemos dormir a exatamente 1000 metros acima do último acampamento.Em terceiro, volte à sua base, após qualquer atividade nos acampamentos mais altos. Aumente a quantidade de dias de permanência nos acampamentos altos gradativamente. Nestas altitudes, é fundamental manter uma boa alimentação. Cozinhar por si só é algo muito fatigante, não só porquê temos que derreter neve, mas porquê nunca se tem vontade de comer nas altitudes. O gasto calórico é absurdamente alto, e se uma boa dose de calorias não for absorvida todo dia, seu corpo se dregadará em poucos dias, além disso, sua aclimatação será prejudicada. É fundamental pelo menos uma descida à altitudes de pelo menos 4000 metros para descansar e se recuperar da chamada Zona da Morte. Relaxe e coma bem nesta descida.A permanência em altitudes superiores a 7500 metros, não ajudará em nada na sua aclimatação. Subidas nestas altitudes requerem longos períodos de descanso, e é somente recomendável superar os 7500 metros durante o ataque ao cume.Se a montanha em questão tem entre 6000 e 7000 metros de altitude, é possível subir sem ter que descansar tanto. A degradação corporal numa montanha de 6000 metros chega a ser aceitável e para não permanecer tanto tempo na altitude, é até melhor ficar somente alguns dias ao redor de 5500 metros antes de atacar o cume.Por fim, lembre-se que você pode ser um dos escolhidos, que assim como eu, vai ter que ficar mais tempo do que o normal para se aclimatar. Uma aclimatação ruim vai tornar tudo mais difícil. Qualquer atividade, o mais simples que seja, vai ser mais dolorosa e sacrificadora. Lembre-se como o seu corpo reagiu na sua última estadia na altitude e tente escolher a estratégia certa para o seu corpo. Experiência e água, portanto, são suas principais ferramentas para se adaptar nas grandes altitudes.
Maximo Kausch

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Steph Davis - Lurking Fear 5.10 A2


Para sua aventura

Viajante Solitário e Os Vagabundos Iluminados
JACK KEROUAC - Kerouac (1922-1969) foi o mais célebre representante de uma geração que amava a aventura, a boa música, a literatura visceral e as drogas. Nome máximo da Geração Beat, ele tentou encontrar paz e rumo para o seu coração atormentado nas estradas de sua América poderosa e desnuda, recém saída da Segunda Guerra. Deparou-se apenas com desnorteio. Viajante Solitário conta as andanças do autor pelo mundo por trem, mar e auto-estradas. Entre os lugares visitados estão o Marrocos (onde Kerouac encontra-se com o também escritor William Burroughs), a França e o México. Os Vagabundos Iluminados fala sobre a origem da inexorável conexão que se criou entre o budismo e os beats. Kerouac faz o papel de Ray Smith, um andarilho/aventureiro aspirante a bodisatva (ser humano que atinge a iluminação), enquanto que Gary Snyder, emérito poeta da turminha, atua no livro como Japhy Rider, um solene tradutor de hai-kais (poesia oriental), literatura chinesa e meditante convicto. Entre os dois, a figura de Alvah Goldbook, que é ninguém menos que Allen Ginsberg. Ao redor dos três gravitam uma dezena de personagens secundários. Todos eles muito bem desenhados.
O Coletor de Sombras - ROBERTO FALZONI
Escrito por um patologista que já foi espeleólogo, o livro conta a história de José Padim, que se vê perdido no interior de uma caverna, desamparado, sozinho e sem luz. Um homem nessas condições, segundo o próprio personagem, tem nas lembranças sua única ligação com o mundo exterior. Mas o tempo passa, a esperança de sobreviver se debilita e ele começa a ficar cansado e confuso. Nesse momento, fixado no que pensa ser seu passado, Padim percebe que sua memória pode estar lhe pregando peças. Para não sucumbir de vez ao abismo esmagador da insanidade, ele se agarra desesperadamente às imagens que evoca de sua vida, verdadeiras ou falsas, como se elas pudessem indicar o caminho da saída, ou, pelo menos, garantir sua sobrevivência.

domingo, 3 de maio de 2009

Danielle Fischer

Em junho de 2007, Danielle Fischer se consagrou a mais jovem escaladora a cumprir os 7 cumes, um em cada continente. Leia a matéria sobre os cumes neste link: http://adilsonkoizumi.blogspot.com/2009/03/7-cumes-do-mundo.html
Com 20 anos, 5 dedicados a escalada, iniciou no esporte devido a um diagnostico de portadora de transtorno do déficit de atenção. Ela acredita que foi a intensidade do montanhismo - que ela começou a praticar com o incentivo de seu pai - que a ajudou a melhorar sua concentração e foco. "Cada vez mais, quem eu sou na montanha é quem eu sou no resto da minha vida."
Fisher contou com a ajuda de guias no Everest (Ásia), no monte Elbrus (Europa), Vinson Massif (Antártica) e Kilimanjaro (África), mas pretende escalar mais sozinha daqui para a frente e possivelmente se tornar ela também uma guia. Mas essa decisão terá de esperar até ela se formar na Universidade de Washington State, onde ela quer encarar uma faculdade de engenharia ou ciência de materiais. "Quero que escalar seja uma opção. Quero ter outras coisas na vida."
Entre seus futuros desafios estão o Gasherbrum (7.458 metros) e o Gasherbrum II (8.034 metros), ambos no Paquistão, quando Fisher começa a focar picos acima dos 8 mil metros. Mas ela diz que o K2, no Paquistão, vai impedir que ela seja a primeira mulher a escalar as 14 maiores montanhas acima dos 8 mil no mundo. "Não quero me colocar nessa situação de perigo."

Cada um por si

No exterior é mania, e no Brasil, cada vez mais as provas abrem suas portas para corredores de aventura solo. A prova de aventura é extremamente complexa, e já começa no check in de equipamentos obrigatórios. É uma infinidade de itens que as equipes ou o atleta precisa para poder competir.
Nas provas solo, o atleta pedala, corre, rema, navega e encara tudo o mais que aparecer pela frente sozinho, sem uma equipe. Muita gente opta pela dificuldade hoje de se manter uma equipe homogênea, e por depender de vários fatores, nem sempre as datas coincidem.
Porém vem facilitar a vida de quem ainda não encontrou parceiros ideais de lama, essas provas são uma ótima chance de os corredores testarem sua força e habilidade individuais, conhecerem seus pontos fortes e fracos e aprimorarem técnicas que, muitas vezes, numa prova em trio ou quarteto, fi cam a cargo de outra pessoa, como a navegação e as decisões estratégicas. A idéia é, com isso, formar atletas mais completos.
Quem trouxe a brincadeira para o Brasil foi André Iervolino, que já participou das principais competições da modalidade, aqui e no mundo. Batizada de Reebok Gaia Solo Races, a primeira edição da prova rolou em 2007, 60 quilômetros de trilhas, rios e mares de Ilhabela, no litoral norte paulista.
"Foi uma corrida num formato diferente. Na véspera, ninguém sabia muito bem qual seria o ritmo da prova, nem que estratégias de alimentação e hidratação fazer", conta Julio de Melo, 31 anos, corredor de aventura desde 2001 e segundo colocado no Gaya. "A prova foi surpreendentemente dura, tanto física quanto tecnicamente. Havia pistas de orientação, PCs submersos e etapas de arvorismo.
O ritmo? Alucinado!
", conta.
Hoje o site do Ranking Brasileiro já mostra que a categoria solo vem fortalecendo a cada ano e veio para ficar.